segunda-feira, 18 de maio de 2009

FORTE ORANGE

FORTE ORANGE
Semira Adler Vainsencher
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco


Em 1631, na entrada sul do canal de Santa Cruz, na ilha de Itamaracá, em Pernambuco, os holandeses construíram o Forte Orange, com a finalidade de proteger o acesso ao desembarque e embarque de navios destinados aos portos de Igarassu e Vila da Conceição (posteriormente, Vila Schkoppe).

O Forte Orange, dominando o acesso àquelas povoações, apresenta um formato quadrangular, com todos os ângulos agudos em forma de vértice, e uma entrada em curva, cujo corredor encontra-se ladeado por duas ordens de seteiras. O forte também possui quatro baluartes, e está cercado por uma estacada em alvenaria de pedra bruta.

Dando proteção ao porto, o Forte Orange encontra-se armado com doze canhões: seis de ferro e seis de bronze; e, ao norte, com três peças de ferro; uma torre guarda a entrada do canal. Em sua bateria estão montados onze canhões: dois de bronze e nove de ferro.

Em 1654, com a derrota dos holandeses, o Forte Orange ficou totalmente em ruínas. Entretanto, como a Capitania de Itamaracá voltava a ser propriedade dos portugueses, eles restauraram o forte em 1696 e trocaram os antigos símbolos flamengos pelas armas do Reino de Portugal.

No ano de 1745, aquela fortificação militar se encontrava bem provida de material bélico: 26 peças de ferro, calibres 5 a 28, e 3 peças de bronze, calibres 12 a 20.

No pátio interno do Forte Orange encontra-se um poço profundo, destinado ao suprimento de água potável. Observa-se, também, os prédios dos quartéis, armazéns, calabouços e capela. O escudo das armas lusas, com uma cruz ao meio, está gravado sobre o portão. Da artilharia que foi desmontada, restam somente 21 canhões, com as armas e os emblemas em relevo sobre as culatras.

Em um levantamento realizado pelo Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, em 1971, foram identificados os alojamentos, a cozinha, os paióis e a capela do primitivo forte (quando ele era ainda propriedade dos holandeses), além de munições e canhões de calibres variados.

O Forte Orange foi parcialmente restaurado no ano de 1973, pela Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN).


Fonte consultada:

SILVA, Leonardo Dantas. Pernambuco preservado: histórico dos bens tombados no Estado de Pernambuco. Recife: Edição do Autor, 2002.

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